segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Capítulo 1 - Regresso

-- (Miller) --

Estávamos todos a tomar o pequeno-almoço, (Eu, a Abbie, e os meus pais) quando ouvimos o tocar da campainha. Eu soube logo quem era. Pousei a colher na tigela e fui a correr para a porta, onde a abri sem demora. Assim que a abri não consegui segurar uma lágrima malandra que me escorria agora de contentamento. Abracei-me de imediato ao rapaz que estava há porta carregado de bagagens. Sim, aquele rapaz era o meu irmão, o Olly, que tinha acabado de chegar de uma Tour. Eu estava feliz por finalmente ele estar a viver o seu sonho, mas as tours demoram tantos meses, e ele anda sempre tão longe que nós mal o vimos. Desde pequenos que eu e o meu irmão sempre fomos muito próximos, fazíamos tudo juntos, e eu agora sentia a diferença, sentia a sua falta.

- OLLYYYY… - Gritei de contentamento agarrada a ele.

- Pequenaaa… - Disse ele abraçando-me com força.

- Miller, deixa o teu irmão, que deve estar cansado da viajem. – Avisou a minha mãe. Concordei e recuei, mas a minha vontade era de nunca mais o largar.

- Conta-me tudo… Estás muito cansado? Gostas-te? Estás com fome? Queres ajuda com as malas?

- Hey, hey… - Ele riu-se. – Já tinha saudades desta chata, mas calma maninha, acabei de chegar, uma coisa de cada vez.

- Oh, sim, desculpa. – Baixei a cabeça envergonhada. – Não consegui controlar a emoção.

- Agora fizeste lembrar-me das minhas fãs. – Riu-se divertido. - Mas podemos falar disso mais logo, tenho de me despachar que me ligaram há pouco do programa, e ainda queria fazer umas coisas aqui em casa antes de ir.

- Vai lá meu querido. – Disse a nossa mãe. – Descansa, que bem precisas.

- Mas antes disso… - O Olly aproximou-se da mesa e cumprimentou a Abbie, e os pais. A mãe estava agora a esmagar o Olly num enorme abraço apertado.

- Hey mãe! Larga o teu filho que deve estar cansado da viagem. – Disse na brincadeira fazendo com que todos se rissem.

Ajudei-o a levar as malas para o andar de cima e voltamos a descer para acabar de tomar o pequeno-almoço. O Olly, comeu qualquer coisa rápida, e “fugiu” de novo para o seu quarto. Assim que eu e a Abbie acabamos de comer, subimos para começar a preparar as coisas para o programa. O Olly tinha sido chamado para ser jurado no programa X-factor deste ano, e a Abbie, a minha melhor amiga desde que me recordo, desde pequena que a paixão dela era a dança, e este ano, com a minha persistência e a ajuda do seu melhor amigo, o Conor, ela acabou por se inscrever no programa. A selecção começava esta tarde, ela tinha de apresentar uma coreografia para impressionar o júri. Senti-a nervosa.

- Sabes que já está ganho não sabes?! – Encorajei-a constatando a realidade.

- Não digas disparates. Sabes bem que vão estar lá milhares de pessoas, todas com o mesmo sonho, todas vão dar tudo por tudo…

- Mas essas milhares de pessoas não têm o teu talento, por isso vá, quero-te confiante, e vamos despachar-nos.

Roupa utilizada por Abbie

Roupa utilizada por Miller
Quase prontas, fomos ter com o meu irmão ao quarto dele. Bati há porta.

- Podemos? – Perguntei, espreitando pela porta.

- Claro, mas estou já de saída. – Avisou levantando-se do seu cadeirão.

- Já? Mas ainda agora chegaste!

- Pois, voltaram a ligar-me, tenho de estar no programa mais cedo.

- Podemos ir contigo? – Perguntei entusiasmada.

- Eu acho que sim, mas ainda é cedo. Eu não vou poder estar sempre com vocês.

- Não faz mal, nós vamos dar uma volta… Podemos ir? – Voltei a perguntar com os olhos cintilantes.

- Estão despachadas?! – Perguntou.

- Sim. – Dissemos em coro.

- Então vamos.

Descemos todos juntos.

- Mãe… Nós vamos com o Olly. – Avisei-a.

- Mas não é muito cedo? – Perguntou.

- Eu tenho de ir para lá agora, e posso leva-las, escusas de as ires lá pôr depois.

- Ok… Vão com juizinho! Divirtam-se… Há… E BOA SORTE ABBIE! – A minha mãe deu um forte abraço há Abbie.

- Obrigada tia. – Ela sorriu com orgulho. A minha mãe era uma espécie de segunda mãe para a Abbie, pois os nossos pais eram amigos chegados há anos, amigos até antes de nós nascermos. Daí eu e a Abbie sermos amigas desde que nos recordamos. Assim que finalmente a minha mãe largou a Abbie saímos e fomos até ao carro do Olly, entramos e ele conduziu até aos estúdios do programa. Depois de um longo tempo á procura de lugar, ele estacionou, não muito longe, e caminhámos até á entrada. Já se via uma fila enorme de gente, o ambiente era pesado e sentia-se o nervosinho de toda a gente. O meu irmão aproximou-se dos senhores que estavam há entrada, que lhe cumprimentaram bem-dispostos. Deixaram-nos entrar. Assim que entramos, vimos umas tantas pessoas chegarem-se a nós para cumprimentar o Olly, provavelmente fãs. Eu e a Abbie decidimos recuar um pouco para lhe dar o seu momento. Ao recuarmos embatemos contra um espécie de segurança, que rondava por ali.

- O que é que as meninas estão aqui a fazer? Não sabem que esta é uma zona restrita? – Perguntou ele todo aperaltado.

- Sim nós sabemos…

- Então vá… Toca a andar… - Dizia ele “enxotando-nos” dali.

- Desculpe mas o senhor não está a perceber, nós viemos com o meu irmão…

- Sim, e eu vou ser o apresentador do concurso… Vá vá, a andar daqui que tenho mais que fazer.

- Está tudo bem meninas? – Perguntou o Olly chegando-se ao pé de nós.

- Acho que sim. – Dissemos encarando o segurança com ar vitorioso.

- Menino Olly… O menino está com está com estas duas jovens?

- Sim, há algum problema?

- Não, claro que não. Eu estava a dizer a estas duas jovens simpáticas que precisam de um passe de bastidores, para poderem andar por aí. – Tentou disfarçar o segurança para não ficar mal perante uma figura pública. Ele foi a um mini gabinete de vigilância que estava no local exacto onde nós estávamos e trouxe um passe para cada um. Colocamo-los ao pescoço. O meu irmão perguntou para onde tinha de se dirigir e o segurança deu-lhe algumas indicações. Entramos no estúdio principal, o que fez com o que os nossos queixos caíssem ao chão. Já não era o primeiro ano que lá estávamos, pois o ano passado tinha sido a vez do meu irmão mostrar o que valia. Mas este ano estávamos lá mais cedo, podemos observar o monte de pessoas que estavam ali a trabalhar e a arranjar para deixar tudo pronto para aquela tarde. Junto ao palco estava um homem de fatinho e gravata que acenava na nossa direcção, parecia estar a chamar o Olly.

- Olly, nós vamos á casa de banho. – Disse a Abbie.

- Ok. Eu estou ali em baixo há vossa espera, não se demorem.